quinta-feira, 29 de abril de 2010

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Nos tempos de menino

Nos tempos de menino não havia dor. Era só alegria. E mesmo se houvesse de tão pequena nem a percebia.
Era um tempo, foi-se um tempo, que passa e não regressa jamais.
Era um tempo feliz: queimada, corda, pega-pega,esconde-esconde. A única tristeza era perder a partida, mas logo passava, logo, já era outro dia. Novos times, novas partidas.
Era à noite que tudo acontecia. Durante o dia planejávamos estratégias e aguardávamos anciosos pelo momento.
Vovô então chegava, com a sua sacola de feira listrada:duas baguetes, leite e mortadela. Comíamos enquanto vovô fumava silenciosamente, sentado em sua poltrona preferida na sala, com a porta aberta, olhando fixamente e silenciosamente a rua .
Depois, era a hora das grandes histórias: antepassados, índios, caçadas, guerras. Ficávamos vidrados imaginando cada palavra, cada sussurro, cada olhar.
Nos tempos de menino era só felicidade. Magia. Fantasia.
Tempos que deixam saudades.
Tempos de alegria.

HOLOCAUSTO

Vago na imensidão do nada
Do vazio que o homem me causou
Tudo é dor, tudo é nada
Toda a esperança se foi
Todo o amor se foi

Ah homem de Deus!
Por que não me amaste?
Por que me maltrataste?

O meu peito chora
Sofre por algo que nunca tive
Guapo cavaleiro que me deixaste
Ah se tu soubesses o quanto eu te amava
Mas agora tudo se foi

Meu coração não bate
Não vive
Não ama
Não sofre

As lágrimas secaram
E levaram o meu amor
E agora a minha alma vaga
E tudo se apaga
No vazio do nada.

Gianni Coffacci

terça-feira, 27 de abril de 2010

O quanto te amo

Oh meu amor, se soubeses o quanto te amo
Saberías que não sou capaz de viver nem um segundo longe de ti
Porque a tua ausência é dor de morte
Dor infinita

Tú és o ar que eu respiro
Minha vida
Cada instante longe de ti
O meu peito dói
Desfalece, esvanece
Falta-me fôlego
Falta-me vida
Falta-me você

E quando estas comigo
O meu peito também dói
Dor de amor
Dor de amar
O meu coração acelera loucamente
E parece explodir de tão contente
Por ver-te

Oh meu amor, se soubesses o quanto te amo
Saberías que um só coração é pouco diante de tanto amor
Mas como eu só tenho um
Saibas que ele é inteiramente seu
Uma vez que vive só por ti

Por isso, quando fores embora
Saibas que meu coração vai contigo
Pois se permanecesse comigo, não sobreviveria sem tua presença

Meu ar
Minha vida
Meu amor

Gianni Coffacci

quarta-feira, 21 de abril de 2010

A saga de um poeta

Preciso do silêncio para escrever
Preciso da dor para me comover
Me refugiar na solidão profunda
No mais fundo e imenso abismo
Que só quem sente
Só quem vive à flor da pele
Consegue entender
Não faço dramas
Faço a trama
A trama da vida
Que busco para quem sabe entender
Mas talvez seja complexo demais para mim
Eu simples mortal
Que seja destinada aos deuses a sabedoria!
Pois eu ...
... sou pequeno demais
Inconstante demais
Sou poeta
Sou a voz do coração
Predestinado a viver de emoção
Pranto, dor, sofreguidão
Isso me faz viver
Isso me faz escrever
O resto...
...rogo a Deus!

Ser

"Há dois tipos de pessoas no mundo.Aquelas que são e aquelas que fingem ser algo que não são"

Pensamento

"Sábio é aquele que observa e absorve os acontecimentos da vida "

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Quica e Requica

O menino sozinho
Brinca com a bola
Sem nada falar

A bola quica e requica
E se põe a pensar
Que talvez o menino
Precise de alguém para brincar

Do outro lado da rua
Há um menino que está a fitar
O menino sozinho
Que brinca com a bola
Sem nada falar

A bola quica e requica
E começa a planejar
Que os dois meninos
Juntos pudessem estar

O menino do outro lado da rua
Que está a fitar
E o menino sozinho que brinca com ela
Sem nada falar

A bola quica e requica e vai parar
Do outro lado da rua
Com o menino que estava a fitar

O menino sozinho
Atravessa a rua para pegar
A bola que quicou e requicou
Até ali chegar

Então o menino que estava a fitar
Estende seus braços
Para a bola entregar

E assim o menino
Que estava sozinho
E agora não está
Com um sorriso
Convida o outro menino para brincar

A bola quica e requica
A se orgulhar
Pois que alegria é ver os dois meninos a festejar

(Gianni Coffacci)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Viver a Vida

O que penso da vida?
O que posso pensar?
São tantas indagações que faço sobre a vida
E quase nunca respondidas
Parei de pensar sobre a vida
É confusão demais
Comecei a viver a vida
Fluir
Deixar rolar
Sentir
E quando um pensamento me vem sobre a vida
Imediatamente mando-o embora
Como?
Eu canto, danço, pulo, me chacoalho tanto que ele se vai
Não que eu não goste de pensar
Mas quando penso sobre a vida
Eu paro, estaciono, perco tempo
É confusão demais
São tantas indagações que tenho sobre a vida
E quase nunca respondidas
O melhor mesmo é não pensar

Gianni Coffacci

domingo, 11 de abril de 2010

Explosão

De uma lágrima, alívio
Do tédio, remédio
Entre folhas e canetas, poesia

Do latido estridente
antagônico ao meu silêncio
se fez meus versos
Pobres e vazios
paradoxos a mim

Nada escrevo
As palavras não vem
Escapam por entre os pensamentos
São tão inúteis quanto eu
que penso muito e não penso em nada

O vazio me toma a alma
A angústia, a dor e de repente
EXPLOSÃO!!!

Gianni Coffacci

Acorda Maria!

Todo dia Maria, a bonita, acorda para fazer café
Mas Maria não gosta de acordar cedinho
E nem de fazer café
Maria, a bonita, prefere a cama à cozinha
Prefere dormir a fazer café
Ah! Maria, Maria, Marias
Maria quer trabalhar fora
Maria quer roupas bonitas
E até uma tatuagem no pé
O mundo é tão grande, não é mesmo Maria?
São tantos sonhos... sonhos...sonhos...
Maria!
São só sonhos
Maria não pode, porque Maria é Maria
Não!
Maria não vive, apenas aguenta
Melhor é dormir e... sonhar?
Mas antes, é melhor fazer o café

Gianni Coffacci