quinta-feira, 29 de abril de 2010

Nos tempos de menino

Nos tempos de menino não havia dor. Era só alegria. E mesmo se houvesse de tão pequena nem a percebia.
Era um tempo, foi-se um tempo, que passa e não regressa jamais.
Era um tempo feliz: queimada, corda, pega-pega,esconde-esconde. A única tristeza era perder a partida, mas logo passava, logo, já era outro dia. Novos times, novas partidas.
Era à noite que tudo acontecia. Durante o dia planejávamos estratégias e aguardávamos anciosos pelo momento.
Vovô então chegava, com a sua sacola de feira listrada:duas baguetes, leite e mortadela. Comíamos enquanto vovô fumava silenciosamente, sentado em sua poltrona preferida na sala, com a porta aberta, olhando fixamente e silenciosamente a rua .
Depois, era a hora das grandes histórias: antepassados, índios, caçadas, guerras. Ficávamos vidrados imaginando cada palavra, cada sussurro, cada olhar.
Nos tempos de menino era só felicidade. Magia. Fantasia.
Tempos que deixam saudades.
Tempos de alegria.

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